A Prefeitura de Dourados, através da Vigilância Sanitária, realiza nesta sexta-feira o Dia da Merenda Saudável. Pelo menos cem merendeiras da Reme (Rede Municipal de Ensino) se reúnem no Lar Santa Rita às 7h30 para receber orientações de profissionais sobre a manipulação dos alimentos, para garantir a qualidade e as boas práticas.
Segundo o coordenador do Núcleo de Vigilância Sanitária, Villi Schutz, o objetivo é prevenir uma contaminação como aconteceu em Campo Grande, onde diversas crianças de uma escola passaram mal após consumir a merenda escolar. “Nosso calendário do Dia da Merenda Saudável já estava marcado antes do fato em Campo Grande. Em Dourados nunca houve um fato parecido, mas a prevenção sempre é o melhor caminho”, disse ele.
As merendeiras vão receber orientações dos técnicos da Vigilância sobre recepção, armazenamento, manipulação e distribuição adequada da merenda oferecida aos alunos.
O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) irá orientar as merendeiras sobre prevenção à dengue e outras zoonoses de transmissão direta ou ambiental. “É uma ação fundamental para trazer qualidade de vida a quem mais precisa, que são as nossas crianças”, destacou Villi Schutz. Outras informações pode ser obtidas através do telefone (67) 3424-0709.
DOURADOS – A Vigilância Sanitária apreendeu, de janeiro a agosto deste ano, 4,1 toneladas de produtos de origem animal, impróprios para consumo humano. São carnes, queijos, linguiça entre outros que estavam sendo vendidos no comércio de Dourados; a maioria sem inspeção obrigatória, o que leva a crer que os abates clandestinos ainda desafiam a legislação.
Somente na última sexta-feira a Vigilância apreendeu 450 quilos de carne in natura. O alimento estava sendo comercializado sem registro ou inspeção. O proprietário do estabelecimento foi notificado e pode ser penalizado com multas de até 500 Uferms. Além disso pode responder a processo administrativo. A carne foi levada para o Aterro Sanitário.
Segundo o coordenador da Vigilância Sanitária, Vili Schulz, os fiscais estão intensificando os trabalhos de fiscalização para garantir que somente produtos de boa procedência cheguem à mesa do consumidor. Segundo ele, somando o total de produtos apreendidos este ano, a Vigilância contabiliza 4,5 toneladas; 90% destes são alimentos de origem animal, 5% são queijos e 5% saneantes.
CONSUMIDOR
Segundo Vili, o consumidor deve observar os rótulos dos produtos e o prazo de validade, principalmente para não comprar um produto que não tenha procedência. Jamais comprar um produto que não tenha a indicação de origem e que apresentem algum tipo de irregularidade. Segundo ele, é fácil identificar se a carne comercializada passou por inspeção. “Todos os cortes vendidos nos açougues, por exemplo, têm um carimbo que é da fiscalização municipal ou estadual”, destaca.
Segundo ele, em casos de queijos e linguiça, estes produtos devem estar embalados e rotulados. “Todos os alimentos também devem conter informação nutricional, que é uma forma do consumidor saber o que de fato está comendo e se aquele produto pode oferecer algum risco para a sua saúde”, destaca. O consumidor deve denunciar junto à Vigilância Sanitária caso encontre alguma irregularidade.
De acordo com o Procon, o cliente que comprar produto vencido ou estragado tem o direito de trocar o alimento ou receber o dinheiro de volta. Se o consumidor passar mal por ter consumido um alimento pode instaurar uma ação contra quem vendeu o produto. Para isto ele precisa guardar a nota fiscal.
A Vigilância Sanitária de Dourados começou a desenvolver fiscalização durante a noite para reduzir o consumo de produtos de origem animal sem inspeção e aumentar a emissão de alvarás sanitários nos estabelecimentos de funcionamento noturno, como restaurantes e pizzarias. O trabalho também está sendo feito nos fins de semana, por determinação do prefeito Murilo Zauith.
O chefe da Vigilância Sanitária, Vili Schulz, informou que alguns estabelecimentos iniciam suas atividades após às 17h e nos finais de semana. Muitos deles, por atuar fora do horário comercial, acabam abusando e, em alguns casos, comercializando produtos sem inspeção sanitária.
O horário diferenciado está começando neste mês de agosto e o trabalho da equipe será sempre no sentido de orientar. Em caso de necessidade, podem ocorrer apreensões, principalmente se for encontrado produto sem registro, deteriorado, fora das condições ideais de armazenamento ou com data de validade vencida.
Valéria Araújo
DOURADOS – Mostras analisadas pela Vigilância Sanitária de Dourados revelam que determinado mel à base de eucalípto está sendo adulterado com substâncias nocivas à saúde. De acordo com o coordenador do órgão, Vili Schulz, o produto analisado leva a marca falsa “Mel Florado de Eucalípto”. Ele diz que na composição foram encontrados grandes quantidades de xarope de glicose e o mais grave: desinfetante à base de eucalípto. As substâncias químicas evidenciam a adulteração no produto, que é comercializado como natural.
A marca leva na embalagem a informação de que o produto é fabricado na Fazenda Santo Antônio – Rio Dourados. Segundo a Vigilância Sanitária, o endereço é falso. Além disso, há o registro de um número que na verdade é de outra empresa, a original que fabrica o mel.
Com o resultado das análises, a Vigilância Sanitária inicia operação para retirar o produto do mercado em Dourados. Todos os estabelecimentos comerciais do ramo alimentício serão vistoriados. Vili Schulz menciona um fato preocupante: o produto pode estar espalhado no Estado todo. “O registro falso era estadual, o que tecnicamente habilitava a venda em todas as cidades de Mato Grosso do Sul”, explica.
Outra questão apontada por ele diz respeito a saúde humana. “Um adulto que consumir este produto adulterado pode ter problemas ou não. Mas uma criança, por exemplo, que utiliza o mel para um tratamento, não terá os benefícios dele no organismo e, com isto, não terá o efeito esperado. De forma geral, pode se afirmar que os ingredientes acrescentados ao mel, como o desinfetante, por exemplo, podem ocasionar danos graves ao consumidor”, destaca.
Outros produtos à base de mel e que foram flagrados sem informações nutricionais ou registro e endereço também estão sendo retirados do mercado. A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), está investigando quem são os produtores das marcas. O órgão é o responsável por emitir a licença para a atividade de produção e comercial.
De acordo com as normas da Vigilância Sanitária, são infrações: alterar o processo de fabricação dos produtos sujeitos a controle sanitário, modificar os componentes básicos, nome e demais elementos objetos de registro e sem a necessária autorização.
Devido ao elevado número de produtos adulterados no mercado, a Vigilância recomenda que os comerciantes só comprem de empresas devidamente registradas nos órgãos competentes e não optem por produtos sem procedência ou nota fiscal e, ainda, comercializados sem controle, de ambulantes, por exemplo.
Ao consumidor, a Vigilância recomenda que não adquira produtos sem registro ou de ambulantes, verifique o prazo de validade e não compre se a embalagem estiver violada.
Como meio de facilitar o processo de fiscalização, pela primeira vez a Vigilância Sanitária e o Procon de Dourados realizaram uma operação conjunta em estabelecimentos comerciais do município nos dias 13 e 14. O resultado do trabalho foi considerado satisfatório, já que os fiscais conseguiram detectar diversas irregularidades relativas a preços, conservação de produtos e data de validade expirada.
Conforme relatório, a vistoria passou por 11 estabelecimentos e foram lavrados sete termos com apreensão de 160 quilos de produtos com problemas de armazenamento, adulterados ou vencidos. Além disso, cinco empresas receberam auto de infração e três de interdição. Em alguns dos casos foi necessária apenas a orientação aos proprietários.
A intenção da prefeitura, com esse tipo de atividade é orientar o comerciante de forma geral e punir se estiver em desacordo com a lei, para garantir a qualidade dos produtos comercializados – uma maneira de reduzir riscos à saúde da população.